quinta-feira, 30 de maio de 2019

Crônica - Julia Coelho


O MAR E O HORIZONTE


Todo mundo já provou dessa sensação na vida, tenho certeza. A primeira vez que a senti foi quando vi o mar pela primeira vez. Teria entre três a quatro anos, não sei ao certo, mas as lembranças ainda estão frescas em minha memória.
Com os pés descalços na areia, estava apenas contemplando a beleza do horizonte e das águas cristalinas, que vinham em minha direção, no formato de ondas. Ondas não tão pequenas nem muito grandes, mas suficientes para atrair minha atenção. Era como se o mar me chamasse!
Essa é a sensação. A sensação da felicidade. Foi aí em diante que eu percebi que não existe felicidade, assim, por si só. A felicidade é construída através de momentos. E são esses momentos que jamais devem ser esquecidos!


Instituto Federal de Santa Catarina – campus Caçador
Curso Técnico Integrado em Plásticos - 1º ano

Crônica - Isabela Coelho


ACEITAÇÃO 


O mundo sempre diz que devemos nos aceitar do jeito que somos, mas por que precisamos obedecer isso, se sempre, em algum lugar, terá alguém nos julgando?
Uma vez, andando pela rua, notei em como as pessoas olham umas para as outras, muitas vezes com cara de desprezo ou nojo pelo simples fato de algumas delas estarem com uma roupa considerada “esquisita” ou possuir uma característica física considerada como algo “feio”.  
Percebi, então, que para “nos aceitarmos do jeito que somos”, precisamos ignorar esses olhares e simplesmente sermos nós mesmos.
Na realidade, não importa o que os outros pensem, se você está se sentindo bem consigo mesmo, nem mil olhares conseguirão lhe derrubar!


Instituto Federal de Santa Catarina – campus Caçador
Curso Técnico Integrado em Plásticos - 1º ano

Crônica - Gabriela Coelho


O HOJE NÃO É O AMANHÃ E O AMANHÃ NÃO É O AGORA

Em um dia qualquer, na monotonia da rotina, eu estava no intervalo de mais um dia de estudos olhando para fora do portão do pátio da escola.
Era impossível não notar a presença de um velho corcunda, uma figura que aparentava ter mais de 90 anos de idade, com um sorriso no rosto.
Quem o visse acharia que estava feliz, mas para mim, o rosto dele só transparecia o sofrimento e a cansaço da vida que ele carregava, ou melhor, que o carregava.
Mas fui capaz de ver, mesmo que só por um instante, a pessoa feliz que aquele velho senhor realmente foi.
Percebi, naquele momento inoportuno que, apesar, da vida nos pregar peças, o que inclui a velhice, devemos viver o presente sem olhar o passado ou pensar no futuro. Devemos viver o agora, que algum dia foi o futuro num passado distante e que será um passado num futuro que está prestes a ser vivido.

Instituto Federal de Santa Catarina – campus Caçador
Curso Técnico Integrado em Plásticos - 1º ano

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Artigo de Opinião - Luiza Bortoluzzi Casali


COMO LIDAR COM OS REFUGIADOS NO BRASIL?


Migração é um fenômeno humano que sempre existiu ao longo da história. Em geral, as pessoas são motivadas a deslocar-se pela busca de melhores condições de vida. Refugiados, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), são “as pessoas obrigadas a deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos”. Nos últimos anos, o Brasil tem recebido migrantes provenientes da Venezuela, cujo Governo não tem garantido os direitos humanos básicos e a segurança física da população, que vive em meio à escassez de itens básicos, violência e tensão política.  
Segundo a ONU, mais de 414 mil venezuelanos pediram refúgio ao Brasil desde 2014. É um número alarmante, considerando que grande parte dos refugiados, após entrar no território nacional, se concentra nos estados do Norte, principalmente em Roraima. Em média, entre 150 e 200 venezuelanos passam por dia pelo Centro de Recepção e Registro em Pacaraíma (RR), na fronteira do Brasil com a Venezuela. As crises política, econômica e humanitária são os motivos do crescimento do fluxo migratório, que gera desafios para o Governo e povo brasileiros.
 Uma das principais dificuldades encontradas diz respeito às condições de vida dos refugiados que são, muitas vezes, precárias. Boa Vista, em 2018, já havia recebido cerca de 40.000 venezuelanos, ou seja, mais de 10% do total de habitantes da cidade. O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) constatou que não há abrigos suficientes no estado de Roraima. “Quem tem feito o acolhimento e oferecido atenção necessária a esses imigrantes é a sociedade civil”, disse o procurador federal dos Direitos do Cidadão, João Akira Omoto. O Governo Federal, com o apoio da ONU, realiza um programa de interiorização com o objetivo de ajudar os refugiados a encontrar melhores condições de vida em outros estados do Brasil. Em 2018, de acordo com a ACNUR, quatro mil venezuelanos participaram do programa e eles recebem CPF, carteira de trabalho e vacinas.
Também é importante ressaltar o quadro de xenofobia. Após quatro venezuelanos supostamente terem cometido um crime em Pacaraíma (RR), um grupo de brasileiros atacou acampamentos improvisados de refugiados. Depois disso, 1.200 venezuelanos foram expulsos da cidade. A notícia foi veiculada pelo jornal El País.  Considero que o ocorrido é fruto da generalização de que todos eram criminosos, o que levou ao sofrimento de pessoas que estavam na condição de refugiados e provinham do mesmo país, porém não tinham nenhuma ligação com o suposto crime. É claro que, inicialmente, há dificuldades de integração, sobretudo no que diz respeito ao idioma e aos costumes, mas é possível vencê-las com diálogo e empatia. Devemos lembrar que a violência nunca é a resposta.
Levando em consideração todos os aspectos evidenciados anteriormente, concluo que existem grandes obstáculos para a integração dos venezuelanos ao Brasil, mas que podemos superá-los com esforços coletivos para garantir seus direitos básicos e ajudá-los na adaptação ao país. O grande número de refugiados é um fator preocupante que merece a devida atenção das autoridades e cabe à sociedade civil reconhecê-los enquanto seres humanos que merecem uma vida digna.

Instituto Federal de Santa Catarina – campus Caçador
Curso Técnico Integrado em Administração - 3º ano

Artigo de Opinião - Fabiana Zir


REPRESENTATIVIDADE FEMININA NOS FILMES É IMPORTANTE?
         Alguns anos atrás, as questões ligadas ao feminicídio, ao LGBT e até mesmo ao próprio movimento feminista pareciam não ter relevância ou possuir tanto apelo e enfoque como se dá hoje. E com a representatividade feminina nos mais diversos setores da sociedade não era diferente, inclusive nas produções cinematográficas.
          É importante ressaltar que mulheres de caráter forte retratadas no cinema não eram algo recente. Quarenta anos atrás, já estreavam filmes que possuíam personagens femininas relevantes para a trama e que entraram tanto para a história do cinema como para a cultura pop sendo lembradas, até hoje, como símbolo de empoderamento feminino e inspiração para muitas outras mulheres. Um ótimo exemplo relacionado a isso é a personagem Ellen Ripley, interpretada pela atriz Sigourney Weaver da clássica franquia “Alien” de 1979. 
O filme que inaugura essa famosa franquia chama-se “Alien: O Oitavo Passageiro”. A trama acompanha a subtenente Ellen Ripley a bordo da nave Nostromo com mais seis tripulantes que, ao longo do filme, são mortos um a um por uma perigosa criatura alienígena. No final do filme, permanecem na nave apenas a tenente Ripley e o Alien. Todos esses acontecimentos acarretam em um quadro de estresse pós-traumático que pode ser visto nas sequências deste longa-metragem de ação e suspense.
Porém, o aspecto que define essa mulher é a perseverança e determinação que ela demonstrou ao lidar com essa terrível situação de perigo causada pelo contato com o ser alienígena. Ellen demonstrou possuir muito controle emocional e foco nas situações mais perigosas e não esperava receber ordens de alguém para executar a missão de lutar contra a terrível criatura. Mesmo tendo um final um tanto quanto triste no filme “Alien 3”, a personagem Ellen se despede de forma honrosa, sacrificando sua vida para que o embrião alienígena que ela carregava em seu corpo não fosse usado como arma biológica, o que certamente ameaçaria a vida de muitas outras pessoas.
Ripley é a inspiração para a geração de mulheres que viu a franquia “Alien” nascer no século XX. E as gerações que vieram depois sempre recordam o quão importante essa personagem foi para a história do cinema e para a cultura pop, tanto que continua sendo lembrada até os dias de hoje.
Quarenta anos depois do lançamento de “Alien: O Oitavo Passageiro”, aqui estou eu tentando explicar o porquê deste tema ser tão importante e usando a incrível personagem Ellen Ripley como exemplo. Ela nos ensinou a não ter medo, a assumir riscos e não deixar o perigo abalar nossas convicções.
Na década de setenta do século passado, as pessoas não se importavam em se sentir representadas e, nas décadas seguintes, isto não mudou muita coisa. Até, finalmente, chegarmos ao século XXI, em que o acesso à internet tornou muito mais fácil a comunicação entre público e chefes de grandes produtoras cinematográficas.
O público feminino passou, então, a clamar por mais filmes que tivessem mulheres como protagonistas e as produtoras, hoje, sabem muito bem disso, seja numa cinebiografia, filmes de ação, comédia, drama, ficção científica ou em filmes de super-heróis. O atual público de cinema certamente prestigiará longas-metragens com uma representatividade (de gênero, classe social, raça, entre outros), cada vez maior de seus protagonistas ou personagens por, aos poucos, reconhecer o valor que cada produção dessas carrega ao mostrar, inclusive, as mulheres. O sentimento de me sentir representada por produções cinematográficas é mágico: se ela pode, eu também posso!

Instituto Federal de Santa Catarina – campus Caçador
Técnico Integrado em Administração – 3º Ano