segunda-feira, 24 de junho de 2019

Crônica - Giulia Angeli



QUANDO ESTOU LÁ

      Os dias passam tão devagar. São cansativos. É um sacrifício acordar e começar a fazer as mesmas coisas. Todos os dias, carregando dentro de mim os meus sentimentos sem conseguir pôr em palavras o que está acontecendo. Mas, quando estou lá, tudo muda. O tempo passa rápido mesmo eu não querendo. Quando eu estou dançando, coloco tudo o que eu estou sentindo nos movimentos. Consigo me desligar de meus problemas, obrigações e questionamentos. Lá, é onde eu tenho o meu momento. Não tem mais ninguém além de mim. Não escuto mais nada a não ser a música. O mundo para e sinto como se só eu estivesse naquele local.
           A melhor sensação do mundo é no momento em que estou lá, no palco. O nervosismo de quando estou na coxia, o suor frio, o coração acelerado, o sentimento de medo misturado com alegria. É tudo muito louco! E o mais estranho de tudo é que, ao entrar no palco, eu não sinto mais nada, nem medo, alegria, vergonha… Mais nada se passa na minha cabeça. Não vejo mais ninguém. Sinto que não controlo mais meus membros. Deixo a música penetrar em meu corpo e controlar os meus movimentos. O mundo para e tudo acontece tão rápido que, ao me dar conta, o público já está aplaudindo. O sentimento que nasce dentro de mim quando o espetáculo acaba faz tudo valer a pena.
           Eu me realizo com a dança. É ela que me motiva a acordar e viver mais um dia. Ela cura minhas dores internas, preenche os vazios que existem dentro de mim. Ela é tudo para mim. Assim como outras se pessoas realizam com o canto, o esporte ou o teatro, minha felicidade é quando estou lá.
Instituto Federal de Santa Catarina – campus Caçador
Curso Técnico Integrado em Administração - 1º ano

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